sábado, 6 de julho de 2013

SE HOUVESSEM MAIS LEITORES…


O problema atinge todas as igrejas. Também a nós. Nem mesmo os irmãos mais cultos lêem livros católicos. Esses dias, em virtude do que escrevo e falo na mídia católica, fui alicerçar-me e pedi a ajuda de um sacerdote muito culto. Por telefone falou-me de Jacques Maritain, escritor católico do século passado, de grande repercussão. Eu lera sobre Jackson de Figueiredo, Tristão de Athayde e Leonel Franca e queria complementar minha leitura com Jacques Maritain. Deu preciosas informações e sugeriu que eu buscasse ler pelo menos um livro dele.
Fui procurar. Quem disse que achava? Nem nas livrarias nem nos sebos. Teria que ir a uma biblioteca de universidade católica, onde certamente acharia, mas não havia tempo hábil. Achei quatro livros de Jean Paul Sartre, um de Emil Brunner, dois de Karl Rahner, um de Karl Barth e quatro de F. Nietzsche. Quis saber porque um homem da envergadura de Jacques Maritain não estava lá. O diretor da livraria foi mais do que claro:
– Se houvesse mais leitores haveria mais publicações.Não há dinheiro para publicar livros que não vendem. Quem é pouco lembrado e pouco citado não vende.
Isso! Há católicos lendo os livros de impacto de ateus ou teólogos e pensadores das outras religiões e lendo menos os grandes pensadores católicos do mesmo período. Não são divulgados. Uma educadora, depois de ler Sementes de Contemplação e Homem Algum é uma Ilha, de Thomas Merton encantada com a simplicidade profunda do monge católico, disse o mesmo: – Porque demoraram tanto a republicá-lo? E a resposta foi a mesma: – Vendia pouco!
Os livros de Michael Moore, Dan Brown e alguns escritos apócrifos dos primeiros séculos vendem porque alguém resolveu divulgá-los. Quem comprou o Evangelho Segundo Judas por um milhão de dólares precisa de retorno para o seu investimento. Entre a carta de Judas Tadeu de deu a vida por Jesus e o evangelho atribuído a Judas Iscariotes que o traiu, mas alega inocência, que Judas ele divulgaria?
Urge começar uma campanha entre os católicos para que leiam mais livros católicos. Se os outros lêem e divulgam os deles porque não ler e divulgar os nossos? Livros vão menos longe e custam mais caro, mas tocam mais fundo e duram mais tempo. Como está, a televisão religiosa pendeu demais para o urgente e para o imediato.
–Jesus quer você. Converta-se hoje mesmo! Fulano aceitou Jesus e agora é feliz e é dos nossos. Faça como ele. Venha visitar-nos e seja um dos nossos!. Bons livros, em geral deixam a pessoa onde ela está. Os livros são mais “vá em frente” do que “venha cá”…


Pe. Zezinho, scj.

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