Hoje o (a) convido para fazer uma reflexão junto comigo. Outro dia desses, quando acabei de tomar meu café, liguei a televisão e no noticiário da manhã o reporte acabava de relatar “que uma das testemunhas tinha afirmado à polícia que o assassino após matar a vítima, friamente a esquartejou e jogou partes de seu copo para os cães comerem”. Confesso que no momento me deu náuseas, e em seguida pensei: “Meu Deus, em que mundo estamos? Como estamos enxergando o nosso semelhante? Qual o valor de uma vida? Onde chegaremos?” Tantas são as indagações e as respostas parecem ser óbvias, mas na realidade não são.
Fico imaginando que valores temos hoje? Que parâmetros usamos para dar valor a vida. Será que realmente ainda temos valores? Sei lá...
Tomando posse das palavras do poeta Gonzaguinha, gostaria de lembrar: “Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo... Há quem fale que é um divino mistério profundo. É o sopro do Criador, numa atitude repleta de amor.” Pois é, eis a essência: um sopro do criador, e assim o sendo merece de nós um pouco mais de carinho, respeito e cuidado.
Infelizmente não é o que temos visto ultimamente, pelo contrário, “todos” estão se achando no direito de fazer dela (vida) o que bem entendem e o que querem, muitas vezes desvalorizando-a como se fosse qualquer coisa.
Temos visto diariamente nos noticiários o desprezo por este bem que recebemos por amor de Deus e confirmada pelo envio do seu filho Jesus Cristo, nosso Senhor: "Eu vim para que todos tenham vida e para que a tenham em abundância". (Jo 10,10). Entretanto, estamos a cada dia que se passa nos acomodando a uma cultura de morte, onde a vida vale quase nada. Só para ilustrar o que digo relembro outro fato, também noticiado pela TV: “depois de uma discussão de bar uma vida foi tirada por causa de R$ 0,25 (vinte e cinco centavos!)”. Meu Deus!!!
O quinto mandamento da lei de Deus resume: Não matarás. O fato é, a ninguém é lícito subtrair a vida de outrem, simplesmente, por que ela é sagrada, sendo a destruição da vida extremamente contrário a dignidade da pessoa e à santidade da criação de Deus. “Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança...”(Gn 1,26).Pois é, simplesmente somos a imagem e semelhança de Deus, nosso criador. E assim sendo, não temos, como muitos pensam ter, nenhum direito sobre a decisão de o que fazer com nossas vidas, pelo simples fato de sermos criaturas de um criador, esse sim, tem o poder de decidir sobre nossa humilde existência.
Meu (minha) amigo (a), precisamos como nunca propagar o ensinamento do nosso mestre e Senhor, pois como muito bem profetizou São Paulo: “Pela graça de Deus sou o que sou” (1Cor 15,10), pois bem, é pela graça de Deus somos o que somos e sem Deus não seríamos nada.
Atualmente há uma urgente necessidade da proliferação de uma cultura de vida, e um basta à disseminação da morte. Daí a necessidade de semearmos a fraternidade como meio para alcançarmos novas pessoas. O poeta e profeta Padre Zezinho em uma de suas canções nos ensina: “Quando a fraternidade toma conta de um coração, o Espírito Santo paira sobre a pessoa um profeta começa a nascer e a pessoa começa a entender que amar é a solução... Quando a fraternidade toma conta de um coração existe uma novidade nessa pessoa, inaugura-se um jeito novo de ser... e de repente sai pelas ruas e praças e em cada rosto que passa vê o rosto de um irmão.”É assim que devemos e precisamos enxergar nosso semelhante, como um irmão e para tanto precisamos trilhar o caminho do amor, o caminho de Deus.