quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

ADVENTO

Advento significa: vinda, chegada. Todos os anos nos preparamos para o Natal, a festa do nascimento do Senhor. As igrejas do mundo inteiro celebram o início do ano litúrgico nas quatro semanas que antecedem o Natal. Hinos, pregações, orações que marcam este tempo. Mas, afinal o que desejamos que chegue até nós? O que pedimos que venha em cada advento? Vem, Senhor Jesus é o que cantamos e oramos, mas, temos consciência do que pedimos?

A vinda de Jesus caracteriza o momento reservado por Deus para o grande julgamento da humanidade. O momento em que todos seremos julgados pelas nossas ações. Seremos julgados pelo nosso egoísmo ou fraternidade. Será que a humanidade está preparada para se apresentar diante do Senhor?

Acredito que não. Ainda há muito que se moldar para este momento tão ímpar na vida de cada criatura.

A humanidade está envolta numa grande ânsia de consumismo, de materialismo. Há muito querer no material e pouca importância de dá ao espiritual. Há muitas orações para que o Senhor dê mais emprego, mais roupas, mais isso ou aquilo e menos orações pedindo conversão da humanidade, santificação das famílias, fortalecimento do clero, luz para a juventude.

O momento da Eucaristia, onde Jesus se dá como alimento para a salvação da humanidade, é trocado por uma tela de TV, por causa do encerramento do campeonato onde o time do coração está na final. Quantas desculpas são dadas para não estar reunidos entre irmãos em momentos de oração. Quantos lares sendo desfeitos porque já não existe mais aquele amor real que é tão falado, mas pouco vivido.

A oração do “vem, Senhor Jesus” deve ser com a intenção de “conduz-me, Senhor”, “Ilumina-me, Senhor”, “molda-me, Senhor”, “faz-me fiel, Senhor”.

Ao invés de tanta preocupação com o ter material, ter a humildade de agradecer ao Senhor o bem da vida e passar mais a agradecer do que pedir. Lembrar das palavras do próprio Jesus quando disse: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”. (Mt, 6,33-34)

E é vivenciando nossa fé que podemos chegar ao Natal do Senhor compreendendo o seu nascimento. Compreender a forma como Jesus veio, sua simplicidade, a pureza de uma criança, a realeza que se faz simples e humilde. Um ensinamento a cerca do modo como devemos ser e agir diante dos nossos irmãos.

O pedido de Salomão foi ouvido por Deus, pois, ele foi simples e humilde: “Dai, pois, ao vosso servo um coração sábio, capaz de julgar o vosso povo e discernir entre o bem e o mal; pois sem isso, quem poderia julgar o vosso povo, um povo tão numeroso? O Senhor agradou-se dessa oração, e disse a Salomão: Pois que me fizeste esse pedido, e não pediste nem longa vida, nem riqueza, nem a morte de teus inimigos, mas sim inteligência para praticar a justiça, vou satisfazer o teu desejo; dou-te um coração tão sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti e nem haverá depois de ti. Dou-te, além disso, o que não me pediste: riquezas e glória, de tal modo que não haverá quem te seja semelhante entre os reis durante toda a tua vida. E, se andares em meus caminhos e observares os meus preceitos e mandamentos como o fez Davi, teu pai, prolongarei a tua vida. (1Rs 3,9-14)

Vamos nos preparar para o Natal do Senhor buscando a sabedoria de sermos humildes em nosso pensar e agir. Acreditar que o Pai nos ama e quer dar a todos os seus filhos um lugar no paraíso. Que a humildade e simplicidade do Menino-Deus possa nos ensinar a sermos mais irmãos.

Claudionor Cirilo

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